A Implementação do Compliance Criminal como uma Política Criminal para Combater a Corrupção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37497/CorruptionReview.5.2023.47

Palavras-chave:

Compliance criminal, Combate à Corrupção, Ética e Integridade, Prevenção de Crimes Econômicos, Política Criminal

Resumo

A corrupção sistêmica existente no Brasil, nas esferas pública e privada, representa um dos maiores desafios do sistema de justiça criminal da última década no país. O combate aos crimes econômicos é um grande desafio para as ciências criminais, onde, na última década, o legislador começou a adotar métodos alternativos, como o uso de programas de conformidade para prevenir esses crimes. Assim, é objetivo deste trabalho analisar se a conformidade criminal poderia ser adotada como uma nova forma de política criminal no combate à corrupção. Conclui-se que há a necessidade de estabelecer uma cultura de ética e integridade nas instituições públicas e privadas no Brasil, alterando o curso da política criminal de repressão e prevenção à corrupção.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juliano Astor Corneau, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC- RS), Rio Grande do Sul

Mestrando em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Bolsista CAPES. Graduado em Direito pelo Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG (2023). É pesquisador do Grupo de Pesquisa em Direito Penal Contemporâneo e Teoria do Crime, sob a orientação do Professor Doutor Fabio Roberto DAvila, pela PUCRS. É também pesquisador do Grupo de Pesquisa e Extensão em Criminalidade Contemporânea sob a orientação do professor Dr. Fábio Agne Fayet, pela FSG - Centro Universitário da Serra Gaúcha. Foi pesquisador-bolsista do Grupo de Estudos Avançados de Justiça Penal Negociada e Direito Penal Empresarial do IBCCRIM (2022-2023), sob a orientação dos Professores Ms. Carlo Velho Masi e Ms. Camile Eltz de Lima. Foi pesquisador do Grupo de Pesquisa e Extensão em Direito e Novas Tecnologias (2019), também pela FSG - Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), coordenado pelo Professor Dr. Adriano Tacca, e do Núcleo de Pesquisa em Direito Penal e Criminologia - NUPECRIM (2022) - UFRGS, sob a orientação da Professora Dra. Vanessa Chiari Gonçalves. Pesquisador com foco Direito Penal e Processo Penal, com ênfase em política criminal, crimes econômicos e compliance. Membro associado do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM). Aprovado no XXXIV Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (2022), realizado durante o 9 semestre da graduação. Foi estagiário da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, com atuação na Defensoria Pública de Feliz. Advogado associado ao escritório Andersson Vieira Advocacia Criminal.

Referências

Abboud, G. (2019). Programas de compliance e a proteção do mercado: o combate à corrupção e à deslealdade concorrencial. Revista dos Tribunais Online, (1007), 37-64.

Abboud, G. (2011). O mito da supremacia do interesse público sobre o privado: a dimensão constitucional dos direitos fundamentais e os requisitos necessários para se autorizar restrição a direitos fundamentais. Revista dos Tribunais Online, (907), 61-119.

Antonietto, C; & Rios, R. S. (2015). Criminal compliance: Prevenção e minimização de riscos na gestão da atividade empresarial. Revista Brasileira de Ciências Criminais, 23 (114), 341-375.

Assumpção Silva, F. de A., & Moraes, C. A. (2021). Mapping Cases of Corruption by Civilian Public Agents in the Executive Branch of the Federal Government: An Exploratory Descriptive Study . Journal of Law and Corruption Review, 3(ssue), e055. https://doi.org/10.37497/CorruptionReview.3.2021.55

Azevedo, R. G. de; & Azevedo, T. P. de. (2008). Política Criminal e Legislação Penal no Brasil: histórico e tendências contemporâneas (Cap. 3, pp. 49-63). Porto Alegre: Livraria do Advogado.

Beccaria, C. (2015). Dos delitos e das penas (2. ed.). São Paulo: Hunter Books.

Boldt, R. (2020). Maxiprocessos criminais, corrupção e mídia: uma análise a partir da operação lava jato. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, 6 (3), 1209-1237.

Bottini, P. C; Rizzo, B. D; & Rocha, M. (2018). Algumas linhas sobre compliance criminal. In R. V. B. Cueva; A. Frazão (Coord.). Compliance: perspectivas e desafios dos programas de conformidade (pp. 381-395). Minas Gerais: Fórum.

Bottini, P. C. (2019). Lavagem de dinheiro. São Paulo: Revista dos Tribunais.

Burke, A. (2020). Crimes de colarinho branco um desafio ao direito processual penal contemporâneo. Revista de Direito Penal e Política Criminal, 8 (1), 201-216.

Cacicedo, P. (2017). Democracia e processo de criminalização da corrupção no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Criminais, 25 (128), 409-430.

Callegari, A. L; Dias, P. T. F.; & Zaghlout, S. A. As operações de combate à corrupção no Brasil e o impacto nas ciências criminais. RDP, 17 (93), 265-291.

Castilhos, T. O. de. (2021). Assessing Legislative Innovation and its Impact on Corruption Control and Constitutional Rights: Advancements and Setbacks. Journal of Law and Corruption Review, 3(ssue), e062. https://doi.org/10.37497/CorruptionReview.3.2021.62

Cueva, R. V. B. (2018). Funções e finalidades dos programas de compliance. In R. V. B. Cueva; A. Frazão (Coord.). Compliance: perspectivas e desafios dos programas de conformidade (pp. 53-69). Minas Gerais: Fórum.

Filgueiras, F. (2009). A tolerância à corrupção no Brasil: uma antinomia entre normas morais e política social. Opinião Pública, 15(3), 386-421.

Frazão, A; & Medeiros, A. R. M. (2018). Desafios para a efetividade dos programas de compliance. In R. V. B. Cueva; A. Frazão (Coord.). Compliance: perspectivas e desafios dos programas de conformidade (pp. 71-102). Minas Gerais: Fórum.

Furtado, L. (2012). As raízes da corrupção: estudos de casos e lições para o futuro. Tese de Doutorado, Universidade de Salamanca, Salamanca, Espanha.

Giani, J. A., & Luísa de Oliveira, A. (2020). Enhancing Ethics and Combating Corruption: The Role of Compliance Programs in Healthcare. Journal of Law and Corruption Review, 2(ssue), e066. https://doi.org/10.37497/CorruptionReview.2.2020.66

Gloeckner, R. J; & Silveira, F. L. (2020). A transnacionalização da corrupção e a instrumentalização política do processo penal. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, 6(3), 1135-1174.

Gonçalves, V. C; & Martini, S. R. (2019). Ressignificando o crime de corrupção, o seu controle e os seus efeitos. Revista do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFBA, 29(2), 108-123.

Innerarity, D. (2017). A política em tempos de indignação: a frustração política e os riscos para a democracia (Tradução: João Pedro George). Rio de Janeiro: Leya.

Mairal, H. A. (2018). As raízes legais da corrupção: ou como o direito público fomenta a corrupção em vez de combatê-la (Tradução: Susan Behrends Kraemer). São Paulo: Contracorrente.

Mendes, S. da R; & Souza, A. C. B. (2020). O acordo de não persecução penal e o paradigma da prevenção no enfrentamento à corrupção e à macrocriminalidade econômica no Brasil: novas alternativas ao modelo punitivista tradicional. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, 6(3), 1175-1208.

Nieto Martín, A. (2013). La privatización de la lucha contra la corrupción. Revista Penal México, 2(4), 133-143.

Nieto Martín, A. (2022). Da ética pública ao public compliance: sobre a prevenção da corrupção nas administrações públicas (Cap. 1, pp. 36-58). São Paulo: Tirant lo Blanch.

Olim, L. R. D., & Carvalho, A. N. P. (2022). Promoting Accessibility and Inclusion: Analyzing Good Practices in Accessible Tourism in the Autonomous Region of Madeira. Journal of Law and Corruption Review, 4(jcreview), e061. https://doi.org/10.37497/CorruptionReview.4.2022.61

Ruivo, M. A. (2011). A criminalidade contemporânea e a fraude na gestão. Porto Alegre: Livraria do Advogado.

Saad-Diniz, E. (2018). Brasil v. Golias: os 30 anos da responsabilidade penal da pessoa jurídica e as novas tendências em compliance. Revista dos Tribunais, (988).

Saavedra, G. (2011). Reflexões iniciais sobre criminal compliance. Boletim IBCCRIM, 18(218).

Silveira, R. de M. J; & Saad-Diniz, E. (2012). Criminal compliance: os limites da cooperação normativa quanto à lavagem de dinheiro. Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais.

Silveira, R. de M. J; & Saad-Diniz, E. (2015). Compliance, direito penal e lei anticorrupção. São Paulo: Saraiva.

Sieber, U. (2001). Programas de “compliance” em el Derecho Penal de la empresa: uma nueva Concepción para controlar la criminalidade económica. Lima: Fondo.

Simonsen, R. (2018). Os requisitos de um bom programa de compliance. In R. V. B. Cueva; A. Frazão (Coord.). Compliance: perspectivas e desafios dos programas de conformidade (pp. 105-126). Minas Gerais: Fórum.

Souza, L. A. de; & Pinto, N. R. (2021). Criminal compliance. (Vol. 4). São Paulo: Revista dos Tribunais.

Sutherland, E. (2015). Crime de colarinho branco: versão sem cortes (Tradução: Clécio Lemos). Rio de Janeiro: Revan.

Viol, D. M. (2021). Programas de integridade e combate à corrupção: aspectos teóricos e empíricos da multiplicação do compliance anticorrupção no Brasil. São Paulo: Almedina.

Zaffaroni, E. R. (2007). O inimigo no Direito Penal (2. ed.). Rio de Janeiro: Revan.

Downloads

Publicado

2023-02-03

Como Citar

Corneau, J. A. (2023). A Implementação do Compliance Criminal como uma Política Criminal para Combater a Corrupção. Revista De Direito E Análise Da Corrupção, 5(00), e047. https://doi.org/10.37497/CorruptionReview.5.2023.47

Edição

Seção

Artigos